Barco Negro
De manhã, que medo, que me achasses feia!
Acordei, tremendo, deitada n'areia
Mas logo os teus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no meu coração.
.Vi depois, numa rocha, uma cruz,
E o teu barco negro dançava na luz
Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas
Dizem as velhas da praia, que não voltas:
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São loucas! São loucas!
São loucas! São loucas!
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Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir,
Pois tudo, em meu redor,
Me diz qu'estás sempre comigo.
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No vento que lança areia nos vidros;
Na água que canta, no fogo mortiço;
No calor do leito, nos bancos vazios;
No calor do leito, nos bancos vazios;
Dentro do meu peito, estás sempre comigo.
David Mourão Ferreira
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Women's fishermen-Afurada
Mariza Live Concert - " Barco Negro"
Union Chapel, London-UK in 2003